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Em 14 de Fevereiro de 2014 o Conselho Português para a Paz e Cooperação manifestou a sua preocupação sobre a situação de crescente tensão política na Ucrânia, provocada pelos manifestantes anti-governamentais que tinham ocupado a Praça da Independência, condenando a ingerência externa na vida daquele país, claramente assumida pelos Estados Unidos da América e pela União Europeia.



Os acontecimentos subsequentes não só confirmam estas preocupações, como o recrudescimento da violência, que já fez dezenas de mortos, colocam este país à beira de uma guerra civil, que nem as cedências feitas pelo Presidente eleito, Viktor Yanukovitch, parecem afastar.

A ocupação de diversos edifícios públicos, inclusive ministérios, a participação activa de grupos paramilitares bem armados e ostentando símbolos e comportamentos tipicamente fascistas, dos militantes do movimento Pravy Sektor - Sector de Direita- e do Svoboda -Partido da Liberdade-, nos combates de rua e na ocupação de edifícios do Estado, em Kiev e noutras cidades da Ucrânia, dão uma ideia dos meios logísticos, financeiros e humanos colocados ao seu dispor confirmando o envolvimento de países e forças estrangeiras nos assuntos internos deste País.

Esse envolvimento externo passa também pela grande e tendenciosamente manipulada cobertura mediática. As imagens e informações canalizadas por fontes credíveis, provam que não se tratam de manifestantes que visam somente a demissão do governo, mas sim de forças organizadas que tem como objectivo a liquidação das instituições democráticas e a imposição ao povo ucraniano de um regime de extrema-direita.

As declarações de Durão Barroso, de Ângela Merkel e de outros dirigentes da União Europeia de apoio aos insurgentes, dando inclusive cobertura política aos actos de vandalismo e ao uso de material de guerra nas manifestações, reveste-se de uma gravidade inadmissível.

A ameaça de sansões económicas, politicas e diplomáticas à Ucrânia e aos dirigentes deste país, democraticamente eleitos, demonstram que a União Europeia não é parte da solução da grave crise que se vive no país, mas sim um factor de agravamento da mesma.

O Conselho Português para a Paz e Cooperação reitera o apelo ao fim da violência e das ingerências externas, o regresso à normalidade e a uma solução constitucional e democrática na Ucrânia.

A Direcção Nacional do CPPC
21 de Fevereiro de 2014